Não prefiro a “destroca”, queremos ser uma grande família.

Duas famílias que tiveram seus filhos trocados após o parto no Hospital da Mulher, em Inhumas, a 47 km de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, agora depois de três anos de dúvidas, e ansiedades descobriram que suas crianças eram de outros pais. Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, sendo um às 7h35 e o outro às 7h49, de acordo com as próprias famílias. Os partos foram realizados por equipes médicas diferentes. A troca só começou a ser descoberta após um dos casais se separar por dúvida da paternidade, pois o marido Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar se o filho era seu ou não.

A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis realizar o exame, e desabafou: “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”. Ainda de acordo com Yasmin da Silva, ela não tem vontade de fazer a “destroca” após três anos de convivência, que a melhor saída seria uma convivência entre as duas famílias. As mães, a dona Yasmin, mâe de Silvânia Hilário, a mãe de Isamara Mendanha, Isabel Flores, e o advogado da familia também foram ouvidos pelas autoridades locais.

O que diz a lei sobre este tipo de caso.

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De acordo com  a advogada Dra Letícia Rezende, especialista em Direto de Familia, consultada pela redação do GONEWS, duas situaçoes podem ocorrer. Primeiro, a determinação judicial para as famílias realizem a destroca ou a realização de alterações nos registros de certidão de nascimento, reconhecendo vínculos biológicos, socioafetivos ou adotivos. Mas para que isso aconteça, é necessario que as duas famílias entrem em acordo consensual. “São casos complexos, dolorosos tanto para os pais e filhos. Alguns casos acontecem de forma voluntária, agora, se neste caso houver conflitos entre os pais, existe uma grande probabilidade de que a justiça determine a destroca”, concluiu.

Impacto nas Famílias

• Emocional: Descobrir que o bebê criado como filho biológico não é, de fato, pode gerar choque, angústia, e até traumas para os pais, a criança e outras pessoas próximas.
• Vínculos afetivos: Os laços criados entre pais e filhos podem ser desafiados, causando dilemas sobre manter ou não o contato com a criança criada ou restabelecer vínculos com o filho biológico.
• Confiança: Pode haver perda de confiança nos sistemas de saúde e instituições.

Impacto na Criança

• Identidade: Descobrir que foi trocada ao nascer pode causar confusão sobre sua origem, afetando seu senso de identidade.
• Convivência: Pode ser difícil ajustar-se à convivência com a família biológica, especialmente se a troca for descoberta após anos.

4. Conflitos Legais e Éticos

• Decisão sobre guarda: Há casos em que as famílias envolvidas podem preferir manter as crianças como estão, enquanto outras optam pela troca de volta.
• Exposição midiática: Muitos casos ganham notoriedade, expondo as famílias e as crianças a pressões externas.

Em nota a imprensa, a administração do Hospital da Mulher em Inhumas, informou que está oferecendo todas as informações e documentos para as autoridades, e que tem todo interesse em esclarecer os todos os fatos acorridos.

“No momento o hospital não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas. Como o caso está sob investigação policial e tramita em sigilo por envolver menores de idade, o hospital está legalmente impedido de fornecer informações acerca do caso à imprensa, em obediência à Lei Geral de Proteção de Dados”.

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